23 de dez. de 2004

Surpresa Poptiguar.


"Conversar confortavelmente e fluir as cargas pesadas" - Dead Funny Days (Solaris/Geladeira Discos).
Eis uma banda de meninos fazendo som de gente grande! Outra surpresa e grande novidade vinda da cena poptiguar. A média de idade fica entre os 19 e 20 anos; lá da sala meu caro Natan grita que a idade não é requisito para fazer música. Concordo, claro, o enfoque é porque nessa faixa etária a garotada esta aprendendo, fazendo rabiscos sonoros e geralmente copiando literalmente os ídolos...
Pois o quinteto natalense já nasceu com um pé na frente. Bons músicos, ótimo entrosamento e uma dupla de excelentes guitarristas, o Dimetrius e Raphael. Costuram bem as melodias, com riffs, arranjos e solos harmoniosos. Na escola deles - a banda - as lições ficavam por conta dos professores Garage Fuzz, Againe, Hurtmold e Fugazi, ou seja um pouco de emo-rock, principalmente nas letras, math-rock em certos andamentos e certo ar indie rock no conjunto melodioso. Podemos chamar isso de modern rock - com o aval de Natan -, pela postura e perspectiva musical que terão. Vejo isso!
O que falta para ficar perfeito? Uma variação nos temas das letras, que são existencialistas demais e aperfeiçoamento nos vocais de Brunno, apesar do som denotar uma musicalidade especifica, haverá necessidade de sofisticar as melodias. Estampado nesse debut que há futuro. Estou esperando o próximo disco.
Dead Funny Days: www.deadfunnydays.cjb.net

21 de dez. de 2004

Eletrônico holandês


"Apocalypse has been dubbed the weekend pill" - Psychon (Narrominded)
Estava quieto no meu canto quando Natan atentou para esse disco. O pequeno selo holandês Narrominded é especialista em novos caminhos para a musica eletrônica, com projetos experimentais partindo de fontes mais conhecidas e bastante exploradas. Essa espécie de conceito avant-garde não se prende no próprio casulo e às vezes dão margem a um produto mais palpável, digamos assim. Agora em novembro, em parceria com o selo americano Scarcelight, lançaram esse primeiro disco de uma nova encarnação do holandês Psychon Troopers que são Lars Meijer, Coen Polack e Jantijn Prins - os dois primeiros donos do selo - responsáveis por um produto muito agradável que mescla com perfeição a musica eletrônica pensada com certa postura indie rock, cabecismos funk e de free jazz. Isso é possível sim! Descarto logo a cara feia de Natan. O trio domina muito bem o conceito ambient, minimalismo noise e influências kraut. O disco, com apenas seis faixas, trouxe uma carga positiva de forte teor emocional (uêpa!) caindo com uma luva para trilha sonora modernosa de festas natalinas. Embora nada tenham com o tema, tomei a liberdade de nomea-lo assim. Entenderam? Não?! Então Feliz Natan para todos!
Narrominded: www.narrominded.com

Sem Guitarras!


"Silver or Gold" - Goodbye Girl Friday (Sus4 Records)
O compositor, tecladista e vocalista David Sherman vem perseguindo seus status pop desde a década passada, quando depois de estudar numa importante escola de músicos em Boston, juntou-se ao baixista Da Grennes e montaram o Edison With the Weather, com o qual lançaram dois discos sem muita repercussão. Após ir para Nova Iorque - mas precisamente morar no Brooklyn - reativaram a banda em 2002 formando o Goodbye Girl Friday com Andy Sanesi na bateria. A inusitada formação não consta com guitarrista, mas chamaram alguns convidados para gravações do disco nos estúdios. O som pop da banda é centrado nos teclados de Sherman, que usa piano elétrico, wurlitzer, órgão e sintetizadores diversos, em camadas e timbragens bem típicas dos anos 70. Isso faz lembrar - principalmente os timbres dos teclados - bastante o Supertramp e o Triumvirat, dois consagrados grupos da época.
De modo algum o GGF soa retrô, apenas as timbragens e formato harmônico soam antigos, mas eis o mistério da causa. Sem virtuosismo e nem pretensão, o que faz até limitar uma previsível ousadia nas composições. O trio prefere contentar-se no formato pop, colorindo suas melodias com teclados contidos e letras quilométricas. Embora possa aparentar um certo esvaziamento, é um disco que convence e agrada. "Better on paper" e "Cold Summer Rain" são os melhores exemplos do disco.
Goodbye Girl Friday: www.goodbyegirlfriday.com

24 de nov. de 2004

Vem da Bahia, parte 2


"Tudo o que você me disse" - A Grande Abóbora.
Essa novidade veio bem acompanhada da coletânea Boas, Novas. Que diabos de nome de banda é esse?! Deve ser alguma piada baiana, replicou minha rabugenta mente. Ledo engano. O mentor Eddie, inspirado numa estória do personagem de quadrinhos Charlie Brown, o qual é um fã declarado, deu nome a essa nova banda de Salvador lá pelos idos de 2001. Aparentemente tímido, o rapaz só deu curso ao rumo depois de se juntar com o guitarrista e vocalista Dudu Penna (também do genial Los Canos), do baixista Borrão, do guitarrista e vocalista Guardanapo, o Glauco na bateria e Nanda nas vozes.
"Tudo que você me disse" é o primeiro registro gravado este ano - bem produzido por Beto Neves e pela banda - e flui com bastante personalidade para um debutante. Natan ta me catucando, enfocando as letras e pelo ótimo apelo radiofônico das canções "Linguagem Corporal" com um punch folk-rock interessante - regido timidamente por um violão - será o Eddie?!, desdobrado por boas distorções de guitarras. Eu e o Natan decidimos que a singeleza melódica de "Dia Cinza", composta pelo baterista Galuco, é uma das melhores músicas do ano; mostrando que quase sempre um bom pé-na-bunda provoca boas composições... Ele também gostou dos vocais do Guardanapo, tem uma timbragem típica de cantor de country(?!). Concordo um pouco com ele; até no geral (feeling bar band) me faz lembrar os ianques Gin Blossoms...Nem me pergunte! Basta o soslaio do Natan. "O que eu quero" e "Cartas marcadas" são ótimas também, o único senão para a funky-jazzy "Exp. Musical" destoando das outras. No fim das contas se a banda tender sabiamente ao pop-rock, a promessa vira realidade. Explicito potencial e muita lenha reservada!

Vem da Bahia, parte 1


Boas, Novas. Volume 01 - Vários (Barba e Cabelo). O cenário musical independente de Salvador é grande e diverso - na região é uma das mais produtivas -; há bandas de todos estilos, alguns selos, programas de rádio e vários lugares para tocar. Favas contadas, Boas, Novas é uma coletânea servindo como bom exemplo do que acontece na Boa Terra. Quatorze representantes baianos desfilando do pop-rock até o rap, além de dois convidados de outras capitais. Na louvada iniciativa da Barba e Cabelo Produções o colorido de estilos musicais é o que importa, mostrando sua diversidade e quantidade. Segundo meu querido Natan, algumas bandas merecem destaque, como o indie-pop do Little Bell For Sing - de longe a melhor surpresa da coletânea; o rap pretensioso e bem sacado do Simples Raportagem; o funk-samba do Pã e o quase mod do Diva, que bem lembra um pouco o extinto Saci Tric...O registro fica valendo para saber o que é que a Bahia tem!
Barba e Cabelo Produções www.barbaecabelo.blogger.com.br

Meus Sons

Meus Sons são os meus sons! São sons que escuto no cotidiano, pelas dicas dos amigos ou por alguma pesquisa atraves da web, jornais, revistas, etc...
Tá bom pra voce?