29 de nov. de 2011

Tommy Keene, um master do rock americano.



Ele é pouco conhecido em nosso país, mas é um dos melhores compositores americanos da sua geração, na qual podemos incluir nomes como Bob Mould, Paul Westerberg, Matthew Sweet, Robert Pollard, Paul Collins, entre outros. Tem 53 anos, é um cantor e guitarrista de mão-cheia. Instrumentista completo começou tocando bateria; estudou piano clássico e toca baixo também. Tommy Keene é simpatia e simplicidade no seu estilo de vida. Começou garoto numa pequena cidade de Maryland tocando em bandas de colégio.

Lançou seu primeiro disco em 1981, teve certo destaque no cenário indie americano, gravou dois discos por uma major onde não obteve o sucesso esperado. Na volta para o mercado independente já lançou nove discos de estúdio, alguns EPs e compilações. Além disso, tocou e gravou com vários artistas entres eles Paul Westerberg, a banda Velvet Crush, Adam Schmit e Robert Pollard, esse último com quem tem dois projetos musicais (The Keene Brothers e Boston Spaceships).

Agora em 2011 lançou o ótimo álbum chamado "Behind the Parade" contendo dez faixas. No primeiro semestre batemos um papo com ele, pela primeira vez falando para uma publicação brasileira, na qual revela:

O que a música significa para você? Quando você soube que era isso que queria fazer na vida?
Comecei lições de piano aos cinco anos de idade e logo depois disso vi os Beatles no show do Ed Sullivan na TV e foi “O” momento de definição, foi quando soube o que eu queria fazer o resto da minha vida.

23 de nov. de 2011

Coisas belas e sujas do Cinemerne



Mudanças na vida: isso é um ciclo constante, intenso e justo na existência do homem. Algumas amargas, outras doces, mas experiências marcantes que nos formam. Que nos diga o compositor e músico sergipano Paulo Henrique, que passou momentos desfavoráveis e agora retorna – o lado bom – para a música com o projeto chamado Cinemerne.

Paulinho é de Lagarto, interior sergipano, e nos idos dos anos 90 foi membro-fundador do promissor trio rock Lacertae, combo avant-garde que aliava um rock denso com experimentalismos. Depois de decepções pessoais, misturadas com drogas e álcool, ocasionando perturbações mentais, afastou-se para tratamento. Hoje, totalmente “limpo”, retorna ao meio com uma investida musical, que é espécie de confessionário da sua vida até o momento.

Cinemerne resume-se numa catarse musical que lhe deu direção e sustentação depois da tenebrosa fase. Esse resultado ele dá o nome de “anti-pop”, mas ainda é nítida a poesia idiossincrática que exerce desde o tempo de sua antiga banda. A sonoridade é monocromática, constituídas de melodias retas, parcimônia de refrões e harmonias simples. Não poderia ser diferente. Seu trabalho é sincero e bastante direto, sem muito apelo. Entende-se melhor quando se entende a história do homem.

Gravado recentemente, “Coisa belas e sujas” dá titulo ao EP com cinco músicas produzidas por Leo Airplane (Plástico Lunar), que trabalhou bem com a proposta de Paulinho, além de ter tocado baixo, teclados e programação de bateria. Em fase de divulgação, fizemos uma entrevista exclusiva, que você confere agora:

Após longo tempo distante da música como tem sido seu retorno?

Estou achando agradável. A música pra mim é o meu norte. Passei 15 anos longe, devido a minha loucura (mania depressiva bipolar) e o uso e abuso de drogas e álcool. Estou limpo a mais de uma década e a psicose está controlada. Padeci, cai, levantei, sonhei e agora estou livre. A produção desse EP veio como um bálsamo. Estou compondo mais algumas canções, para no meio do ano gravar e fechar um CD. Vou continuar a batalha e insistir, o meu retorno está sendo de uma magia serena. Vou aproveitar.

22 de nov. de 2011

Jim Bryson & The Weakerthans

"The Falcon Lake Incident" (2010)

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Quando fazemos a junção de duas coisas boas o resultado é bem provável ser uma excelência. Jim Bryson é um dos nomes na lista dos melhores compositores canadenses da atualidade. Comandou nos anos 90 um combo chamado Punchbuggy, que teve relativo destaque no país (banda que participou da ótima coletânea "Popcan"). Começou carreira solo em 2000, de lá pra cá gravou cinco discos, tocou e produziu outros artistas (Kathleen Edwards, Howe Gelb, Tanya Davis). Ótimo letrista, possui uma voz boa e senso melódico apurado. Sua formação musical vem do folk e do rock, em suas vertentes mais puras. Disse certa vez que compõe folk songs com instrumentação rock e que faz rock com instrumentos folk. Resumiu perfeitamente seu trabalho. Ano passado resolveu fazer um disco - "The Falcon Lake Incident" - em parceria com os conterrâneos da banda canrock The Weakerthans, veteranos de referência nacional, que resultou num dos melhores álbuns lançados em 2010, aclamado pela crítica especializada. Digo eu que é um trabalho sublime feito numa parceria. Pra quem gosta de Wilco, Mojave 3, Tom Petty e Japancakes. 

Altamente recomendável!

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Jim Bryson