11 de out. de 2012

The First Corinthians

The First Corinthians é a soma talentosa do brasuca Marcelo Gomes e do americano Alex Zhort. Marcelo Gomão é um veterano guitarrista da cena rock recifense. Sempre sóbrio musicalmente, faz com excelência composições rock, canta bem e toca melhor ainda, basta lembrar de bandas dos anos 90 - DMP e Supersoniques - e mais recente com o Vamoz!  Alex Zhort também é bom compositor e produtor que imprime fortemente  influências de música americana nas composições da dupla.  Uma interessante parceria que vem desde tempos e somente agora tomou rumo definitivo com o disco cheio "Dislocation", lançado na internet no primeiro semestre. A sonoridade apurada determina um indie-folk-rock com levadas bem cadenciadas e melodias envolventes que prendem a atenção do ouvinte. Meusons conversou com Gomão que gentilmente respondeu algumas perguntas. 

10 de out. de 2012

Comedores de Lixo


A banda punk hardcore paraibana Comedores de Lixo lançou novo disco intitulado "Aos Mortos", pelo selo Microfonia. Abaixo, entrevista com integrantes da banda, na íntegra, cedida gentilmente pelo Jornal Microfonia.

Como está essa formação nova? É como começar de novo?

Lawrence - Da formação mais antiga, só tem eu e Beto. Não é começar de novo, é continuar. Cada formação é um aperfeiçoamento, cada componente que entra vem com uma influência diferente, mas a gente mantém a nossa linha de som.

Marcel, você já conhecia a banda, mas como foi ter que pegar todas as músicas em tão pouco tempo?

Marcel - Até agora, ainda estou no processo de pegar as músicas! É música pra caramba! (risos). Tem hora que dá um branco e esqueço, mas é normal. Isso é só com tempo, mas, quando começam a dizer que vão chamar Anselmo de volta, só falto ter um ataque! (risos).

28 de jul. de 2012

Madalena samba!

"Philipéia" é uma singela homenagem pop a Jampa. Um belo retrato musical do cantor, compositor e multiinstrumentista Antônio Patativa, que se encontra definitivo nessa nova empreitada viagem sonora. Percorreu o caminho batido desde suas descobertas college rock até a foz do mar imenso da música popular brasuca, no melhor dos sentidos de suas convicções. Quem conhece sua personalidade sabe da liga consistente que dá ao seu prato de sonoridade em forma de crônicas e ritmos pulsantes. Um evidente amadurecimento partilhado com Valter Pedroza (guitarras), Jansen Carvalho (baixo) e Emerson Pimenta (bateria) que dão definição a banda como agulha e linha fiando no colorido tecido.
Caindo no lugar comum de comparações, e no intuito de melhor situar, a musicalidade do play remete a Jorge Ben, Bebeto e Mundo Livre, para ficar no básico das boas referências. Esse EP composto por sete faixas, e um depoimento do sambista Donga no final, é uma extensão do trabalho anterior. Foi produzido e gravado no estúdio Peixe-Boi com destaques para as músicas "Ela só pensa em namorar" com a levada mais samba-rock de todas; fez de "Bifurcação" uma versão clean e curta, emprestada da banda rock Musa Junkie Suicida; a faixa título "Philipéia" é tratada como se fosse uma trilha sonora incidental e o hit "Felicidade" com a sua pegada pop-rock e letra impagável. Completa o tempero do disco a providencial participação de músicos convidados como Escurinho, Chico Limeira, Macaxeira Acioli, Érica Maria, Marcelo Macêdo, Neto Rodrigues e Raphael Amaro, num mix de arranjos de percussão, guitarras e sopros.

27 de jul. de 2012

Wussy

 Wussy é um quarteto da americana Cincinnati com mais de dez anos de estrada. É o tipo daquelas obscuridades sonoras interessantes, mesmo em época de livres informações provocada pela internet e que ainda assim causam surpresas. Com meia dúzia de discos (entre EPS e discos cheios) lançados ao longo desse tempo, destaque para os três últimos e em especial para “Strawbeery” do ano passado. Comandado pelo coroa Chuck Clever (voz e guitarras) a banda desenvolve peças diversas em melodias e andamentos que se inserem no veterano indie-noise-rock seguindo trilhas deixadas pelo Sonic Youth, Drop Nineteens e Yo La Tengo, e mais além um pouco. Imagine a deixa...
Desde o ano passado chamaram uma maior atenção de alguns críticos ianques que colocam o disco mais recente intitulado “Buckeye” na lista dos melhores lançamentos – irão fazer uma turnê considerável pela Inglaterra em agosto. Inclusive tocaram no SXSW 2012, no qual a conceituada KEXP gravou o video desse show que segue abaixo para acesso. A curta apresentação desfila faixas do álbum “Strawberry” de 2011. Recomendo assistir.

Wussy



13 de abr. de 2012

The Sorry Shop

Pra mim, musicalmente falando, os anos 90 é uma época emblemática. Permaneço saudoso na vaga do histórico, mas tenho que admitir que o legado existe-insiste. É da Rio Grande, cidade do sul gaúcho, que vem uma ótima escrita sonora chamada The Sorry Shop, revisitando o indie rock anos 90 em seu formato shoegaze e dream pop. Quando escutei o som do TSS a minha memória atentou para alguns obscuros brasucas Speed Whale e Primitive Painters; e outros gringos como Drops Nineteens e Slowdive. Isso só pra lembrar de combos expressivos do sub-gênero alternativo. 

O compositor e multi-instrumentista Régis Garcia é o mentor dessa agradável peça feita por guitarras de natureza barulhentas, forte senso melódico e uma atmosfera contemplativa que determinam o seu modus. No final de março saiu o primeiro disco cheio, contendo 15 faixas, intitulado "Bloody, Fuzzy, Cozy", o qual Régis produziu sozinho. Com ele troquei algumas palavras:

22 de mar. de 2012

Flávio Cavalcanti na Praia

“Enquanto os garotos jogam bola, eu tento compreender o jogo...”
Outro dia, em conversa com José de Jesus, guitarrista da Musa Junkie, num ataque de saudosismo, perguntei:
- E aí, você conheceu a Flávio Cavalcanti?
- Sim, claro que conheci!
- O que você achava da banda?
- Muito boa! Tinha uma forte referência do rock anos 80. Bom humor e ótimas letras, o que se sente muita falta nas bandas de hoje.
O nome da banda lembrava o lendário apresentador de televisão Flávio Cavalcanti, conhecido por sua postura conservadora, isso nos anos 70 e 80. Não há duvidas que soe emblemático para uma turma de jovens paraibanos quando intitularam o nome da banda.

15 de fev. de 2012

O diabo Devin

Dali nos anos 50 disse: "amo o rock n roll que é dionisíaco, violento e afrodisíaco". Com a devida proporção, é fácil aplicar na prima facie de Devin Therriault com o single/vídeo-clipe "You´r mine". Um animador petardo em formato pop. O jovem de 23 anos tá lançando primeiro disco intitulado "Romancing" em abril. A boa nova vem do Brooklyn e segundo uma conhecida publicação americana será uma das promessas para 2012. Esperemos pois, enquanto isso veja essa, no talo!


19 de jan. de 2012

É uma casa japonesa, com certeza...


Era uma vez um bar alternativo chamado Ksa Rock. Ficava ali na Duque de Caxias, no centro antigo de João Pessoa. Local onde acontecia bons show de rock e o encontro dos amigos descolados da cena. Uma casa antiga, com cara de pub, que tinha um sótão/primeiro andar onde ficava o palco e uma pequena área onde cabia cerca de 100 pessoas.

Numa bela noite, eu, Nocera e Renato Ricaro, fomos prestigiar a amiga Olga, DJ do ambiente, no seu set especial abrindo a agenda. Levamos no bolo o “coroa” Gustavão, que conheceu o local pela primeira vez.  Soubemos na hora que teria uma banda de rock para fechar, não recordo o nome da tal. Sua especialidade era covers. Assistir bandas covers não é uma tarefa fácil. Tem a qualidade de quem toca e o desejo de quem escuta. O contexto é bem particular.

11 de jan. de 2012

The Honkers


Uma banda simpática, carismática e despretensiosa que é rock! Seus shows são impagáveis. Uma das melhores que vi no palco. São anos de estrada, rodando o país, pagando mico em algumas buraqueiras e a mesma diversão garantida. Ano passado fizeram um clipe com a cara da banda. Nem sei se um dia irão cansar, mas até lá o rock já foi pro espaço...


6 de jan. de 2012

Telegramadoistresmeia


Telegrama 236 é uma novidade pop paraibana. Os editores do Jornal Microfonia, Olga e Adriano, fizeram uma entrevista com Fábbio Q e Harrison, a qual reproduzimos aqui na íntegra.

Flávio C... Anos 90... Teve um hiato. Teve projetos, como: Retrovisor, Les Estudiantes, Novos & Usados... E aí chegou o Telegramadoistresmeia. O que te levou desde os anos 80 até chegar ao Telegrama hoje?

Fábbio - Nos anos 1980, eu era um adolescente em busca de afirmação cultural e de um lugar no mundo, e naquela época, como hoje, montar uma banda era para muitos jovens uma das formas de sentir-se vivo neste mundo tedioso. E na tentativa de encontrar esse lugar no mundo, a música foi o meu principal combustível para atravessar todos esses anos. As bandas e os projetos terminam, mas o vírus fica incubado e o Telegrama236 é a mais nova forma de manifestação desse vírus.

E mesmo antes do Flávio C, teve a Banda Egypto, o Meninos de Engenho, os Filhos de Maria... Tudo somando ou subtraindo vai dar no Telegrama...


Fábbio - Exato, se hoje eu escrevo e componho melhor é porque eu comecei em algum momento lá atrás a exercitar esta verve criativa. Então, o Telegrama236 tem um pouco de todas as coisas que eu já tentei fazer com música, evidentemente mais maduro e mais experimentado, e claro, com as referências do mundo e da vida de agora.

Como você chegou ao Telegrama, como você chegou aos caras que hoje tocam contigo?


Fábbio - Na verdade, é como nós chegamos ao Telegrama236. Eu e Harrison nos conhecemos em 2005 na loja de discos Dimensão Sensorial em João Pessoa. No final de 2010 nós começamos a escrever umas canções juntos, e em um mês nós tínhamos 20 músicas prontas. Gravei essas músicas em casa, num esquema low-fi, e fomos mostrando aqui e ali para algumas pessoas, até que decidimos transformar esse material num disco e dar um nome para o projeto. Como a nossa principal escola foi o rock, sentíamos falta da presença de uma guitarra no som. Ficamos alguns meses a procura desta pessoa que pudesse assumir esse papel no projeto, daí encontramos o guitarrista Esaú Almeida, que encaixou-se no projeto como uma luva.

4 de jan. de 2012

Memória Rock



Bem, no início de 2008 comecei a desenvolver a idéia de publicar algo sobre a cena rock independente nacional dos anos 90. Uma pretensão de relatar algo sobre a época, publicar na internet e depois, talvez, um livro. Ruminei, consultei uns amigos e tracei um formato. O tema era pretensioso e, o mais importante, dependente da boa vontade das pessoas. O objetivo era meramente registrar. Temos um desleixo natural para as memórias, afinal para frente é que se anda, como diria o Barão de Itararé, voltar pra trás é "revoltar", concluiu ele. Descobri que não tenho o tino para "revoltante", por isso estagnei com o projeto. Motivos vários, dificuldades como: desânimo no “feedback”, incapacidade técnica, obrigações particulares e um monte de abobrinhas...
Hoje, refletindo melhor, penso que o mais adequado é mostrar, através das palavras dos amigos, que vivenciaram os anos 90, um pouco do que foi. Todos eles importantes no tempo e no espaço. E jamais poderia faltar com isso. Não ouso chamar de memórias – nem perto disso -, mas tomem como fragmentos de um todo. Postarei ao vento...

Disseram sobre o cenário do rock independente nos anos 90:

"Acho que conseguimos sem perceber nem nos importarmos com isso, criar um cenário independente no Brasil, com gente pensando diferente e muito no tesão de fazer diferente, de criar espaços, criar algo a gente mesmo, DIY mesmo com muita variedade e curiosidade, isso era legal. Já tinha existido um cenário de rock nos anos 80 que era muito embasado nas gravadoras grandes e em hits, nos 90 nós queríamos variedade e produzir muito, cair na estrada mesmo". Rodrigo Lima (Dead Fish).

"A abertura do Brasil ao mundo, acho. Nessa década chegou a TV a cabo, a MTV, importações e a Internet. Isso caiu como uma bomba no meio de uma molecada que não estava amarrada por ideologia alguma, sem aquela "radicalidade" "extremista" das tribos dos anos 80 e sem o "compromisso político" superestimado dos jovens dos anos 60 e 70".  Bruno Privatti (produtor e fanzineiro carioca).

3 de jan. de 2012

Earl Musick

Earl Musick é o tipo de sujeito que voce ouve falar, mas nunca escutou. Ultimamente tenho escutado alguns sons na linha country & roots americano, no qual podemos encontrar dezenas de bons compositores feito banana na feira. Agradei-me com a sonoridade do veterano texano de Fort Worth, reduto exemplo de cowboys, onde foi criado no blues e country-rock típico do seu estado: guitarras destacadas, sotaque carregado e particularidades do lugar. É um disco de pegada bem rock, sem perder a tradição, mas acompanhado de uma excelente banda.
Já são mais de meia dúzia de discos lançados e um certo reconhecimento no meio. O bom dele é que ainda mantêm o prazer primário de fazer um country-blues-rock com poucas concessões. Simples, mas direito. "Eden Avenue" é o seu album mais recente, com boas canções, boas lêtras e boas guitarras.