19 de jan. de 2012

É uma casa japonesa, com certeza...


Era uma vez um bar alternativo chamado Ksa Rock. Ficava ali na Duque de Caxias, no centro antigo de João Pessoa. Local onde acontecia bons show de rock e o encontro dos amigos descolados da cena. Uma casa antiga, com cara de pub, que tinha um sótão/primeiro andar onde ficava o palco e uma pequena área onde cabia cerca de 100 pessoas.

Numa bela noite, eu, Nocera e Renato Ricaro, fomos prestigiar a amiga Olga, DJ do ambiente, no seu set especial abrindo a agenda. Levamos no bolo o “coroa” Gustavão, que conheceu o local pela primeira vez.  Soubemos na hora que teria uma banda de rock para fechar, não recordo o nome da tal. Sua especialidade era covers. Assistir bandas covers não é uma tarefa fácil. Tem a qualidade de quem toca e o desejo de quem escuta. O contexto é bem particular.

11 de jan. de 2012

The Honkers


Uma banda simpática, carismática e despretensiosa que é rock! Seus shows são impagáveis. Uma das melhores que vi no palco. São anos de estrada, rodando o país, pagando mico em algumas buraqueiras e a mesma diversão garantida. Ano passado fizeram um clipe com a cara da banda. Nem sei se um dia irão cansar, mas até lá o rock já foi pro espaço...


6 de jan. de 2012

Telegramadoistresmeia


Telegrama 236 é uma novidade pop paraibana. Os editores do Jornal Microfonia, Olga e Adriano, fizeram uma entrevista com Fábbio Q e Harrison, a qual reproduzimos aqui na íntegra.

Flávio C... Anos 90... Teve um hiato. Teve projetos, como: Retrovisor, Les Estudiantes, Novos & Usados... E aí chegou o Telegramadoistresmeia. O que te levou desde os anos 80 até chegar ao Telegrama hoje?

Fábbio - Nos anos 1980, eu era um adolescente em busca de afirmação cultural e de um lugar no mundo, e naquela época, como hoje, montar uma banda era para muitos jovens uma das formas de sentir-se vivo neste mundo tedioso. E na tentativa de encontrar esse lugar no mundo, a música foi o meu principal combustível para atravessar todos esses anos. As bandas e os projetos terminam, mas o vírus fica incubado e o Telegrama236 é a mais nova forma de manifestação desse vírus.

E mesmo antes do Flávio C, teve a Banda Egypto, o Meninos de Engenho, os Filhos de Maria... Tudo somando ou subtraindo vai dar no Telegrama...


Fábbio - Exato, se hoje eu escrevo e componho melhor é porque eu comecei em algum momento lá atrás a exercitar esta verve criativa. Então, o Telegrama236 tem um pouco de todas as coisas que eu já tentei fazer com música, evidentemente mais maduro e mais experimentado, e claro, com as referências do mundo e da vida de agora.

Como você chegou ao Telegrama, como você chegou aos caras que hoje tocam contigo?


Fábbio - Na verdade, é como nós chegamos ao Telegrama236. Eu e Harrison nos conhecemos em 2005 na loja de discos Dimensão Sensorial em João Pessoa. No final de 2010 nós começamos a escrever umas canções juntos, e em um mês nós tínhamos 20 músicas prontas. Gravei essas músicas em casa, num esquema low-fi, e fomos mostrando aqui e ali para algumas pessoas, até que decidimos transformar esse material num disco e dar um nome para o projeto. Como a nossa principal escola foi o rock, sentíamos falta da presença de uma guitarra no som. Ficamos alguns meses a procura desta pessoa que pudesse assumir esse papel no projeto, daí encontramos o guitarrista Esaú Almeida, que encaixou-se no projeto como uma luva.

4 de jan. de 2012

Memória Rock



Bem, no início de 2008 comecei a desenvolver a idéia de publicar algo sobre a cena rock independente nacional dos anos 90. Uma pretensão de relatar algo sobre a época, publicar na internet e depois, talvez, um livro. Ruminei, consultei uns amigos e tracei um formato. O tema era pretensioso e, o mais importante, dependente da boa vontade das pessoas. O objetivo era meramente registrar. Temos um desleixo natural para as memórias, afinal para frente é que se anda, como diria o Barão de Itararé, voltar pra trás é "revoltar", concluiu ele. Descobri que não tenho o tino para "revoltante", por isso estagnei com o projeto. Motivos vários, dificuldades como: desânimo no “feedback”, incapacidade técnica, obrigações particulares e um monte de abobrinhas...
Hoje, refletindo melhor, penso que o mais adequado é mostrar, através das palavras dos amigos, que vivenciaram os anos 90, um pouco do que foi. Todos eles importantes no tempo e no espaço. E jamais poderia faltar com isso. Não ouso chamar de memórias – nem perto disso -, mas tomem como fragmentos de um todo. Postarei ao vento...

Disseram sobre o cenário do rock independente nos anos 90:

"Acho que conseguimos sem perceber nem nos importarmos com isso, criar um cenário independente no Brasil, com gente pensando diferente e muito no tesão de fazer diferente, de criar espaços, criar algo a gente mesmo, DIY mesmo com muita variedade e curiosidade, isso era legal. Já tinha existido um cenário de rock nos anos 80 que era muito embasado nas gravadoras grandes e em hits, nos 90 nós queríamos variedade e produzir muito, cair na estrada mesmo". Rodrigo Lima (Dead Fish).

"A abertura do Brasil ao mundo, acho. Nessa década chegou a TV a cabo, a MTV, importações e a Internet. Isso caiu como uma bomba no meio de uma molecada que não estava amarrada por ideologia alguma, sem aquela "radicalidade" "extremista" das tribos dos anos 80 e sem o "compromisso político" superestimado dos jovens dos anos 60 e 70".  Bruno Privatti (produtor e fanzineiro carioca).

3 de jan. de 2012

Earl Musick

Earl Musick é o tipo de sujeito que voce ouve falar, mas nunca escutou. Ultimamente tenho escutado alguns sons na linha country & roots americano, no qual podemos encontrar dezenas de bons compositores feito banana na feira. Agradei-me com a sonoridade do veterano texano de Fort Worth, reduto exemplo de cowboys, onde foi criado no blues e country-rock típico do seu estado: guitarras destacadas, sotaque carregado e particularidades do lugar. É um disco de pegada bem rock, sem perder a tradição, mas acompanhado de uma excelente banda.
Já são mais de meia dúzia de discos lançados e um certo reconhecimento no meio. O bom dele é que ainda mantêm o prazer primário de fazer um country-blues-rock com poucas concessões. Simples, mas direito. "Eden Avenue" é o seu album mais recente, com boas canções, boas lêtras e boas guitarras.